Nesta quinta-feira, 16 de dezembro, é celebrado o dia do teatro amador e, por isso, convidamos vocês para conhecerem um pouco sobre essa prática artística e como ela se desenvolveu no Brasil!
O teatro amador é realizado sem fins lucrativos por aqueles que apreciam as artes do palco. Pela definição de Mariângela Alves e João Roberto Guinsburg, no Dicionário de teatro brasileiro são: “temas, formas e conceitos; tais grupos podem ser classificados em quatro tipos de acordo com os indivíduos que se reúnem para fazê-lo. São eles: Grupos amadores de constituição mista, formados por estudantes secundaristas, universitários, artistas de diferentes áreas e membros da comunidade em geral. Grupos de estudantes, formados por universitários ou secundaristas. O terceiro é de artistas profissionais que, por opção, não atuam visando um lucro comercial e, por fim, os ‘grupos de comunidades’, ‘grupos populares’ ou ainda, ‘grupos de periferia’ que, geralmente, se preocupam mais com o lado cômico, lúdico e com questões sociais.”
No fim da década de 1930, no Brasil, o teatro comercial vinha perdendo espaço para o cinema como entretenimento popular. Nesse cenário, começaram a crescer iniciativas de grupos amadores que enxergaram no teatro mais artístico, menos comercial, uma forma de restaurar a fórmula vigente já antiquada. Confira alguns dos principais grupos que nasceram como teatro amador:
O Teatro de Arena surgiu em 1950 e foi muito importante, pois propôs uma distinta disposição cênica na sala de representação. Conforme indica seu nome, ele é concebido com os atores no centro e o público ao redor e, geralmente, possui pouca estrutura de iluminação. Foi um dos mais ativos disseminadores da dramaturgia nacional de sua época, ele surgiu numa comunicação de Décio Prado, professor da EAD (Escola de Arte Dramática), em conjunto com Geraldo Mateus e José Renato, no 1º Congresso Brasileiro de Teatro realizado no Rio de Janeiro, em 1951, quando foi pautado o barateamento da produção teatral. A companhia realizou sua primeira montagem no mesmo ano com a adaptação de O Demorado Adeus, de Tennessee Williams.
O Grupo Oficina, que foi criado em 1958 por um grupo de estudantes da Escola de Direito do Largo São Francisco, em São Paulo, e têm como um de seus expoentes e idealizador Zé Celso, também deixou um importante legado para a história do teatro brasileiro. Assimilando as técnicas de Stanislavski, e buscando um aprofundamento na técnica do ator, e depois, trazendo também inspirações do Teatro da Crueldade de Antonin Artaud e Bertolt Brecht, mas sempre buscando traçar paralelos com as questões nacionais. O Oficina foi um dos representantes do Tropicalismo no teatro nacional, sendo o símbolo do movimento a encenação de o Rei da Vela, de Oswald de Andrade, em 1967.
O CPD – Centro Popular de Cultura surgiu e foi instalado na sede carioca da UNE, em 1961, seu principal objetivo era atingir o público popular, em função disso atuou prolificamente em espetáculos de rua; em lugares como favelas, sindicatos e até portas de fábricas! A temática trabalhada por eles era basicamente ideias de cunho político, de conscientização das massas e de caráter revolucionário. Realizaram montagens como Seu Edgar, de Oduvaldo Vianna (1961); Revolução na América do Sul, de Augusto Boal (1963) e Miséria ao Alcance de Todos, uma coletânea de textos de Augusto Boal, Chico de Assis, Carlos Lyra, Arnaldo Jabor e Bertolt Brecht (1962).
O Teatro Amador foi e é um espaço de aprendizagem e formação de futuros profissionais das artes do palco. Ele não se limita a imitar os grupos consagrados, mas os acompanha e faz releituras especiais e singulares de seus textos. Tal forma de trabalho contribui de maneira determinante para a história do teatro brasileiro!
Viva o teatro amador!
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